domingo, 27 de março de 2011


Confia nos teus amigos ? Eles vêm movidos à diesel. Quer ser protegido ? Pois eles trazem armas, Armaram, destruiram, lucrarão.

Lançarão toda a força necessária.


Acordaram com teus gritos, os escutaram.
Incomodam os olhos, as mentes.
Eles estão indo te calar.
Fragilizados como são,
dependentes também,
Têm medo do descontrole, submissos.
Estão indo te calar

O dia-a-dia do dia



Nos prédios desaba a camada azul clara que coloria o meio-dia. Porém ela não mais irradiava luz como quando estava nas alturas, tão linda, magnífica, fazendo vibrar quem se expunha nas ruas !
Acontece que quando o dia trocou-a por sua veste amarelada com luzes laranja-brilhante contornando as nuvens, riscando sua estensão. A cidade adquiriu uma atmosféra mais pacifica, insipiradora para aqueles que sabem amar. A veste azulada teve inveja de tamanha beleza- se igualaria a sua?- e do aspecto maduro que o amarelo dava aos prédios, e então, para impedir o vislumbramento de tamanho desbunde, caiu sobre as ruas, fria, obscura, apagando todos os traços laranjas provenientes do final de dia, até dessipá-los.
Dando-se conta do que provocara, o céu, culpado, presenteou sua roupa azul, agora enegrecida, com uma fonte de luz, um ponto mesmo, que vai alimentando-a, revertendo toda a sua negritude em azul, lindo, estonteante. Como dois amantes após muito tempo separados, eles se unem, o céu pintando cada pedacinho seu com azul clarinho.
Emocionada com a reconciliação do céu com o dia, a cidade acorda.

domingo, 6 de fevereiro de 2011


Anotação em papel avulso.
Descisão tomada na insônia.
Cena-de-como-seria.

Poesias que duram uma madrugada.

Resquícios negros.

Quando eu acordar,
a coragem já deverá ter me deixado à tempos.
Cairei na sobriedade, depois de ter passado uma madrugada embriagada do doce
sabor do licor
cor negro, madeixas
da noite deixadas na aurora.
E quando a claridade do amanhã vier testemunhar minha ressaca, abortarei o ato legítimo.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Essência da poesia inconformada.

Como a arte é irônica, não ? Os forjadores que lapidam os valores que serão importantes para a sociedade, criam também a matéria a ser trabalhada. Esta vem carregada de conformismo, inécia, não-esperança no cotidiano que o poeta colhe apenas uma fração e a traduz para a poesia. Nunca conseguirá captá-la toda, pois as almas deles foram tão conrrompidas pela falta de valores, priorizações feitas em suas vidas em pról de terceiros e pela rotina massacrante digna de máquinas de ferro, que o desgosto imortal que se hospedou nas estranhas destes seres tournou-os intocáveis até pela sensibilidade artística.

O artista, base da hierarquia liderada pelo poderoso grupo de donos de conglomerados que dominam o mundo globalizado. Mal-visto por todos, por ser amante da noite, o poeta vê a destruição interna destes falsos gigantes de metal. Nesta destruição vê o esqueleto para o trabalho que será desenvolvido em seu leito: a madrugada. Então ele tenta parar cada homem que tem o dever o consumindo e se alimentando de sua saúde para quem sabe conseguir a essência da poesia inconformada. Estes seguram mais forte suas maletam e apertam o passo.

Já forneceram o bastante.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O tempo todo estou tentando me proteger.

Me ama,
Me queira,
Me beija
Deseja.
Só pra eu
Odiar,
Fugir,
Morrer,
Sumir.
Esse é o poder da armadura.