Como a arte é irônica, não ? Os forjadores que lapidam os valores que serão importantes para a sociedade, criam também a matéria a ser trabalhada. Esta vem carregada de conformismo, inécia, não-esperança no cotidiano que o poeta colhe apenas uma fração e a traduz para a poesia. Nunca conseguirá captá-la toda, pois as almas deles foram tão conrrompidas pela falta de valores, priorizações feitas em suas vidas em pról de terceiros e pela rotina massacrante digna de máquinas de ferro, que o desgosto imortal que se hospedou nas estranhas destes seres tournou-os intocáveis até pela sensibilidade artística.
O artista, base da hierarquia liderada pelo poderoso grupo de donos de conglomerados que dominam o mundo globalizado. Mal-visto por todos, por ser amante da noite, o poeta vê a destruição interna destes falsos gigantes de metal. Nesta destruição vê o esqueleto para o trabalho que será desenvolvido em seu leito: a madrugada. Então ele tenta parar cada homem que tem o dever o consumindo e se alimentando de sua saúde para quem sabe conseguir a essência da poesia inconformada. Estes seguram mais forte suas maletam e apertam o passo.